sexta-feira, 26 de abril de 2013

Para querida WE e a quem mais caber.

Entre nós houve uma contrariedade
pra falar a verdade, eu não guardo rancor.
É brincando, que é a coisa mais séria do mundo
que tudo começa e termina... Um jogo sem vencedor.

Ela some e aparece sempre voltando mais intensa
Ela transpira uma matéria que subtrai uns e alimenta outros
Ela não se atrai pelo modelo de felicidade que está aí 
Ela prefere viver os sentimentos mais profundos
Ela não se atrairá ao ver um vagalume de dia
Ela prefere esperar a noite fazer sua mágica
Ela também não acredita em contos de fadas
Ela gosta mesmo é de contos de fatos
Ela inexplicavelmente prefere ir direto ao ponto
Ela goza na parte em que a princesa se f***.

Porque ela não se esconde de ninguém, ela é de verdade, até mais do que deveria.
Sempre desconfiei que ela sabia que há um meio de se conseguir e de
se ficar sendo por muito tempo, uma mulher em evidência.
Esse meio sempre surtiu efeito: é ser ajuizada com má reputação.

Sei que eu não devia deixá-la fugir de vista
porém parceiro, é como ouvi dizer em algum lugar:
"O coração da mulher, como muitos instrumentos
depende de quem o toca."
E quanto mais eu corria, mas eu ficava
eu conheci ela assim
ela precisa ser assim
ela funciona assim.

Nunca vi nada igual
pra falar sobre ela
só fugindo desse mundo
foi a única que eu vi
sabendo ser mulher
até dá gosto de ser homem assim
dá gosto ser submisso e controlado
surpreendido, iludido
preso frente a tamanho mistério.

Até vaguei por ai observando os grafites dos muros
eu estava acordado, quando o ultimo bêbado da cidade dormiu
eu estava fazendo qualquer reflexão
daquelas como a que se o destino existe mesmo,
ele também erra ás vezes.
Foi então que eu constatei que existe uma relação estreita,
mútua, entre a necessidade e objeto que a satisfará,
eu não pensava em beber sabe,
mas ao ver aquele copo na minha frente, tão ao meu alcance,
tive sede e com sede comecei a imaginar líquidos tão deliciosos.

Agora eu mergulhara sem colete salva-vidas nesse mar,
então quero os arranhões e as marcas no pescoço,
imaginei aquela boca aberta em demasia
tocando os meus lábios de um hemisfério a outro,
os olhos fechados, a imersão, a sensação de que aquele beijo,
de tão molhado originou o nome oceano,
onde eu nasci e pretendo voltar.
Afogado, atravesso tal mar em pânico,
reconheço horizontes dos quais eu nunca havia sequer imaginado,
enfrento tempestades e monstros marinhos,
só pra ver onde deságua meu bem querer, onde irá calhar meu vício.

Parecia que ia dar certo... E deu.
Mas hoje eu só quero deixar
certas coisas soltas
vou esconder o nome
abrigar o endereço
enterrar o telefone
agasalhar as fotografias
dissimular recordações como um todo.

É verdade, se eu colocar a mão no bolso
ainda virá um indício a se depravar:
desses não esqueço
com pó e mistério
a mulher ao espelho
retoca o adultério.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Pela tela, pela janela.


Em Hollywood as pessoas se atiram pela janela e sempre encontram uma superfície segura do lado de fora, há ainda aqueles que se jogam do 3º andar e subitamente caem já se levantando afim de dinamizar ainda mais as cenas de ação.
Mas qual o segredo dos saltadores de janela?

Simplesmente todos os personagens saltadores são loucos inconsequentes?
A ordem apelativa mundial do cinema?
Eles realmente têm sorte de saltar e cair sempre como o esperado?
Ou tudo é rigorosamente calculado pelo personagem pelo menos uma cena antes, por exemplo, onde ele pôde observar da Rússia que tinha uma cama elástica esperando por ele do lado de fora de um café em Nova York?

Bom, mas é claro que fico com a primeira opção, risos, quem nasceu pra saltar de janelas, nem atentou para as outras opções... Efeitos especiais a parte, saltar por janelas sem saber o que lhe espera do outro lado é antes de tudo ato de coragem, dom dos loucos.
E assim nos fazemos, acreditamos tanto na superfície plana e sólida do outro lado que somos capazes de saltar por janelas em busca de uma recompensa desconhecida:
Pode ser macia e heróica ou perigosa e mortal. Apenas os saltadores conhecem os resultados e cá pra nós, se estamos saltando de janelas, é porque a coisa já não vai muito bem por aqui não é?