quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Meu nome é Nuvem.

Escrever com afeto
Com palavas que caem
Do céu do imaginário
Feito gotas num pote
Coletar o milagre do verso
Fornecendo a matéria bruta
Com algumas revisões
Transformar um amontoado
De pingos tempestuosos
Em texto que se aproveita
Da insistência do autor
Para preencher de vazio
O isolamento e cerca-lo
De solidões recém nascidas
Pois quem escreve se lança
Ainda que momentaneamente
Ao que o ato de escrever, molhar-se
Ao não ter medo do verbo
A não temer sentir-se único
Reescrevendo a vida
A cada dia e o que ela traz
E o que dela fica
Aquilo que fica e
Aquilo que vai
Aquela que fica
Para as rosas, escreveu alguém,
O jardineiro é eterno
Como essa mania minha
Que ao longo dos sóis
Vem sendo regada
Minha inspiração
Ser a própria vida que levo
Um jeito nu de sincero
De trás de uma frase florescer
Sem te ver, moça, poesia
Mania minha de chover-te.


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