Tenho me convencido cada vez mais que estou funcionando num tempo diferente das outras pessoas, assim como elas, também tenho compromissos, deveres, algum plano de carreira e aquela correria habitual. Preciso, assim como essas pessoas, fazer tudo isso com a finalidade de conseguir sempre mais dinheiro, algum status, uma falsa seguridade e tentar ser inserido no "meio", quer dizer, precisava, é, eu precisava até um tempo atrás... Caiu a ficha da demasiada pressão que sofremos de todos os lados diariamente para sermos mais um correndo entre tantos sonhos que sangram e escoam pelas ruas da cidade, correndo feito louco, onde olhar pro lado já é perder o foco, mas que foco?
A vida não deve ser devota do sucesso exclusivamente, viver pode ser quem sabe, saber colocar o movimento certo e criar o ambiente para a construção de grandes momentos. Quando eu for embora desse mundo eu só espero que alguém diga:
-aaaaa o fulano, esse soube viver.
Quem não gostaria?
Como seremos lembrados é um ponto que afronta a humanidade desde que se pregam as metáforas de Absalão, Babel e Nabucodonosor: "Absalão fez um monumento a si, mas antes dele, a geração de Babel
empenhou-se na construção de uma torre para que o seu nome fosse
notório. Mais tarde, Nabucodonosor, repetia a si mesmo todos os dias que
era imortal e que seu poder erguera o grande império babilônico.
Ridículo! Esforço vão! Absalão ficou conhecido não pelo monumento que
construiu, mas por ser um rebelde que se amotinou contra o próprio pai e
que morreu pateticamente. Babel não ficou conhecida por sua engenharia,
apenas por sua estupidez e Nabucodonosor, ao rastejar como bicho, nos
deixou a lição de que a vaidade é ridícula" (Godin, 2011).
Queremos ser eternos, é uma doença natural do homem acreditar que pode. A resposta da teoria de nosso legado pode estar na equação do significado da nossa existência, que só pode ser resolvida quando encontrado o verdadeiro valor do amor que temos por nossas vidas, junto as outras variáveis como vaidade, poder, coragem e fragilidade que passam e morrem pateticamente. Esse valor não é a soma, desleixadamente falando, de todos os dias em que conseguimos sorrir, o sorriso é um bem. Se alguém te faz sorrir (e não rir) isso deve ser refresco pra alma. A gente pode rir o dia todo, mas só a gente sabe quando está sorrindo. Ninguém usa sorriso como escudo da tristeza ou pra mentir que está bem. O sorriso falso sai torto, todo feio. A risada não, ela sai alta, mas nem todo som alto emite boas vibrações. As lágrimas podem muitas vezes lavar o rosto todo e podem rolar sobre os lábios, cobrindo um sorriso. Risadas não saem entre lágrimas, só sorrisos. Analise essa diferença.
Saiba quem merece seu riso ou todo o seu sorriso. Saiba cantar com um riso, e até arrisque encantar com um sorriso.
Eu ainda não resolvi a equação, se você também ainda não resolveu, deixo duas perguntas que podem te ajudar a chegar a qualquer lugar, tá bom, ou a lugar nenhum.
Usamos nossa inteligência para ajudar ou para arrasar a vida das pessoas?
Construímos sentimentos sólidos por onde passamos e participamos do destino da nossa cidade?
Difícil né? Ainda mas pra quem acha que essa zona vai ser louca até o fim.
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