A água o devolveu
Sopro da vida
Escolheu o ateu
Viva meu filho
Não morra em vão
Todo passageiro
Terá que abrir mão
Volte pra casa sem desespero
Suporte encarar as marcas ao espelho
Prefira sentir tudo que vem
Pense nas almas
Sem futuras primaveras.
O pedido de ajuda
O salto de coragem
Tudo registrado
Alguém pra conversar
Respeito ao próximo
Simpatia e admiração
Dos anjos que eu vi
No calor alucinante
Do deserto ela estendeu a mão
Duas confusões se encontram
Colidem violentamente
Acidente de trem-bala
Chuva de pertences
Encontro as pressas
Num tato, contato
Seus olhos fitam o chão
Meus olhos fitam os seus.
Coincidências remontadas
Assunto promissor
Contemplação do nu
Gente humilde
Estrada nova, areia no chão
Olhos coloridos, alma lavada
No suor que sai sem pressa.
Dois sozinhos no deserto,
Não mais, não depois
Do cheiro que tem o Saara.
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